Aresponsável refere que quando surgem casos de hepatite Delta “há uma grande dificuldade em apresentar um tratamento” e, nesse sentido, “a ideia desta reunião é juntar os vários centros do país que tratam os doentes com VIH”, salienta a especialista.
De acordo com a Dr.ª Cristina Valente, “na Europa, alguns dados, muitos escassos e dispersos, apontam para valores que vão dos 1% aos 25%” de incidência desta doença, mas há dificuldade em determinar “quantos doentes com hepatite delta existem em Portugal e, em concreto, coinfetados pelo VIH e pelo vírus B”. A gravidade da hepatite delta assenta no facto de provocar cancro hepático “com um risco três vezes superior à hepatite B na monoinfeção”. Nesse sentido, o novo fármaco “poderá ser um grande benefício para os doentes”, acrescenta.
A reunião que junta, sobretudo, profissionais da área da coinfeção, terá o Prof. Doutor Rui Marinho, coordenador do Grupo do Programa das Hepatites da Direção-Geral da Saúde, elementos do GEPCOI, com moderações da Dr.ª Teresa Branco, presidente da Associação Portuguesa Para O Estudo Clinico Da Sida (APECS), e do Dr. Joaquim Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica. Para abordar a “panorâmica da epidemiologia da hepatite B no Mundo e em Portugal, conta-se com o Dr. Filipe Calinas, com experiência na zona sul do país onde existem muitos doentes”, refere a especialista em Infecciologia.
A Dr.ª Cristina Valente alerta que a hepatite delta voltou devido a múltiplos fatores, como a pandemia, e ressalva a importância desta reunião que junta especialistas na área para um ponto de situação dos avanços no tratamento da doença. Numa fase posterior, o intuito é o de “partilhar e coletar todos os dados para depois mostrar o que existe na área da coinfeção, em relação à hepatite delta e a mais-valia de um novo fármaco”, garante a presidente do GEPCOI.