Um dos temas de destaque e que foi considerado unânime como uma área que impacta a saúde emocional é o das redes sociais, nomeadamente os perigos da desinformação e da necessidade de formação dos influenciadores. Ultrapassar o estigma das redes sociais e aproveitá-las para combater a desinformação é um dos desejos deste projeto, com os especialistas a considerarem que resistir a este novo paradigma apenas atrasará a divulgação de conhecimentos importantes.
“As redes sociais trazem-nos uma oportunidade, mas também um desafio. Há os dois lados da moeda, o negativo e o positivo. Devemos agarrar as oportunidades que as redes sociais podem trazer, porque efetivamente estão presentes e devemos usá-las como uma boa ferramenta para disseminação de informação fidedigna e baseada em evidência”, salienta Leonor Pinto, vogal do Conselho Nacional da Juventude com o pelouro da Saúde.
No que diz respeito a esta formação, os jovens especialistas avançam com a sugestão de um “documento de boas práticas” a desenvolver numa possível colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
“A doença mental é a doença crónica dos jovens”, afirma a psiquiatra Inês Homem de Melo. “É o que põe uma pessoa nova em casa sem trabalhar: 50 % da doença mental começa antes dos 16 anos e 75 % começa antes dos 24 anos de idade”, acrescenta.
A dificuldade de acesso às consultas de Saúde Mental e a urgência de uma intervenção precoce tornaram-se os principais pontos de partida para as recomendações definidas, a começar por tornar mais acessíveis os apoios.
A educação foi também um tema comum, vista pelos especialistas como o pilar para normalizar a saúde emocional e o bem-estar na sociedade, pelo que propõem a criação de um programa de educação para a Saúde Mental e literacia emocional nas escolas.
Seguindo o exemplo da campanha de reciclagem, que conseguiu mudar os hábitos nacionais, propõem o desenvolvimento de uma campanha multissetorial de sensibilização e ainda de estudos de impacto económico para avaliar os custos da Saúde Mental e os benefícios da sua prevenção.
As recomendações vão ser apresentadas a diferentes decisores, no sentido de potenciar o diálogo sobre promover mudanças efetivas.
O FutURe é um projeto de longo prazo, conduzido pela Merck, que procura identificar e abordar os temas de interesse para as gerações futuras, dando-lhes a oportunidade de expor as suas necessidades, opiniões e preocupações com os principais decisores e instituições, para que as suas vozes sejam ouvidas, tanto a nível nacional como europeu.