Os cientistas do estudo, denominado European Autism Genomics Registry (Eager), pretendem criar uma plataforma com informações genéticas de várias pessoas, ferramenta que vai impulsionar ensaios clínicos mais personalizados, e, em simultâneo, alargar o conhecimento sobre as condições genéticas associadas à patologia.
“Atualmente, a base genética do autismo é um enigma, não existindo, ainda, biomarcadores fiáveis de diagnóstico e prognóstico desta perturbação do neurodesenvolvimento”, explica a UC.
Miguel Castelo-Branco, líder do estudo na UC, afirma que “há evidência crescente da necessidade de personalizar as abordagens clínicas e, como tal, a recolha de uma grande quantidade de dados genéticos e clínicos será determinante para o desenvolvimento de novas respostas terapêuticas para esta condição”.
A equipa do projeto Eager está a criar uma base de informações de pessoas de vários países europeus, estando a decorrer a participação de voluntários de Portugal. Podem participar pessoas com diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo e pessoas com um diagnóstico não formal – isto é, sem que ele tenha ainda sido validado por um profissional de saúde. A participação requer o envio de uma amostra de saliva e o preenchimento de alguns questionários online. Os participantes podem inscrever-se até março, contactando diretamente a UC.
"O projeto pretende ainda estudar a relação entre as características genéticas e aspetos relevantes da Saúde física e Mental no autismo”, acrescentou a Universidade.
O projeto Eager, financiado pela Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores, conta com 13 equipas de investigação de oito países – Alemanha, Espanha, França, Irlanda, Itália, Portugal, Reino Unido e Suécia.
Fonte: Lusa