Europa em alerta devido ao aumento de infeções por superbactéria resistente

06/02/25
Europa em alerta devido ao aumento de infeções por superbactéria resistente

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças, houve um aumento na incidência de infeção a partir de bactérias multirresistentes como a klebsiella, com Portugal em sétimo lugar no maior número de novos casos por cada 100 000 habitantes em 2023.

Um alerta publicado no site do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês), indica que, entre 2019 e 2023, Portugal registou um aumento de cerca de 43 % no número de novos casos por cada 100 000 habitantes, que passaram de 2,93 % para 4,19 %, valor superior à média europeia de 3,97 %, que subiu cerca de 57 %.

Com valores de incidência superiores ao valor apresentado por Portugal estão apenas seis países: Croácia (4,53 %); Bulgária (7,75 %); Itália (9,29 %); Chipre (9,80 %); Roménia (20,02 %) e Grécia (21,44 %).

Desde a última análise dos valores, em 2019, o ECDC indica que têm existido diversos sinais de que a situação epidemiológica na União Europeia (UE) se continua a deteriorar cada vez mais.

Dentro destes riscos, o aumento da incidência de infeções da corrente sanguínea por klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenemes em 23 estados-membro foi devido à “transmissão contínua de estirpes de alto risco” desta bactéria, à “convergência da virulência e resistência”, ao surgimento de espécies emergentes da bactéria enterobactereles portadora de carbapenemes.

Esta disseminação foi causada por vários surtos em hospitais e o aumento da deteção isolada de casos de “linhagens de alto risco“ de e.coli portadoras de genes de carbapenemes causou risco de disseminação na comunidade.

O declínio da situação epidemiológica levou a que o ECDC considerasse que “a probabilidade de uma maior disseminação de bactérias resistentes aos carbapenemes na UE é elevada”.

O ECDC recomenda aos 23 estados-membro da UE que reforcem a coordenação nacional das medidas para controlar as infeções entre hospitais e, caso ainda não exista, a criação de uma equipa nacional de gestão multidisciplinar.

Além disso, alerta ainda para a criação de medidas para se conseguir intrometer a transmissão de infeções entre hospitais tal como a definição de guidelines utilizadas para o tratamento das bactérias resistentes a este núcleo de antibióticos (carbapenemes).

Os dados do ECDC apontam que, entre 2019 e 2023, a incidência baixou apenas na Finlândia (66,7 %) e na Irlanda (63,6 %).

Fonte: Lusa

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